quinta-feira, 12 de agosto de 2010

142 - A Origem (Inception, 2010)


A trama me lembra aquelas boas ideias que se tem preguiça de desenvolver mais profundamente. Algo como alguém que acaba de pensar um fio condutor interessante e pensa ser o bastante para impressionar o público. Não deixa de nos proporcionar uma reflexão sobre como se consome cinema hoje. Parece que pensar não faz parte do programa, da saída, e é até mesmo reprovável que o conteúdo consumido tenha algo além daquele momento sensorial. Ainda sobre sentidos, parecem pensar que nossa visão e audição já estão tão avacalhadas pela mediocridade que se consome, que o espetáculo visual e barulheira dos filmes estão alcançando níveis de pura irracionalidade.

Por intricado que seja o desenrolar do filme, não significa que a gente tenha que pensar. Parecem desdobrar-se infindáveis tentativas de impressionar a audiência enquanto o filme vai caminhando até seu final, mas nada adianta. A propósito, ficam em nossas cabeças várias questões não resolvidas sobre o enredo. Lembro de quando eu assistia "De Volta Para o Futuro II" e ficava pensando em como aquilo poderia acontecer e tudo meio que se encaixava, ou fazia sentido num aspecto puramente hipotético. Aqui, isso não acontece, e fica aquela sensação de que o filme está compulsivamente insultando nossa inteligência.

O elenco está muito mal aproveitado nesse filme ingenuamente pretensioso e raso do diretor Cristopher Nolan. Com exceção de Marion Cotillard (que, para mim, parece incapaz de fazer uma participação automática, indiferente), todos estão limitados de uma forma ou de outra. Ellen Page, muito apagada, parecia deveras desinteressada no que fazia.

Enfim, uma grande pena. Eu me interessei em ver o filme quando li algo à época de sua estreia nos EUA. Longo, com uma pompa exagerada e injustificada, "A Origem" decepciona bastante.

Nota: 5,5

5 comentários:

Anônimo disse...

Interessante seu comentário. Já eu gostei muito do filme pois achei exatamente que Nolan apresentou um filme complicado de maneira eficiente e deixou sim muita coisa para pensar, sem ser esotérico. Seria interessante entender exatamente o que não fica resolvido no enredo como você diz. Eu acho que tudo fica resolvido, até demais às vezes, mas o final nos coloca em posição de repensar tudo o que antes considerávamos como realidade. Fiz meus comentários aqui, se tiver interesse: http://metidoacritico.blogspot.com/2010/08/critica-de-filme-inception-origem.html

Ah, e boa sorte com 1000 filmes em um ano!

Anônimo disse...

Esse blog devia se chamar "1001 filmes em um ano por um cara que não entende porra nenhuma de cinema".

cada barbaridade que li aqui...

Natália disse...

Só duas coisinhas:
Acho que cinema não é uma matéria exata como matemática, então não tem isso de certo ou errado só porque a pessoa não teve a mesma opinião que a sua, tudo é relativo...
E acho que fica bem claro que isso aqui é um blog de opinião. E dito isso, não é necessário explicar mais nada...

Renan disse...

Este filme é uma MERDA! Pena dessas pessoas que acham que se trata da obra prima do ano, do filme mais inteligente, mais cabeça, mais difícil... O filme é a coisa mais simples que já vi, copia várias ideias que já deram certo em vários filmes (muito superiores, diga-se de passagem), e não tem isso de complicado coisa nenhuma... Sem contar que uma hora comecei a pensar que estava assistindo Rambo por tanto tiro e perseguições. Filme SUPER estimado!!!! Ai sim talvez o mais do ano.....

Anônimo disse...

Com todo respeito discordo plenamente de sua opinião.Esse pode ser sim um filme complicado...bem,ñ aconselho a pessoas que gostam de filminhos bobos que ñ tem que pensar !
Esse é um ótimo filme de ação,com efeitos muito legais,RECOMENDO,pois É MUITO BOM!!!!!!!!

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