quinta-feira, 30 de setembro de 2010

231 - O Último Exorcismo (The Last Exorcism, 2010)


É, eu também imaginava que seria uma linda garotinha que se transformaria num monstro subindo pelas paredes e vomitando as tripas. E não é isso. E não é muito legal. E não é muito ruim também. E sinceramente... ? É tudo que tenho a dizer.

Nota: 6,5

230 - Torneio de Amor (La Bride sur le Cou, 1961)


Repare no cabelo da nossa musa. E aí? É estilo 50, é estilo 60? Brigittemaníacos acham que é a mistura dos dois. Mas esse Roger Vadim não tem jeito mesmo! Vou ousar aqui e dizer que a única coisa importante que ele fez foi revelar Brigitte Bardot, e ponto final. Essa comédia começa muito legalzinha, depois cansa infinitamente mesmo tendo pouco mais de oitenta minutos. Vale pela cena de dança com a tolha que BB faz pelo final.

Nota: 6,0

229 - O Assassino Terrívemente Lento Com A Arma Extremamente Ineficiente (The Horribly Slow Murderer with the Extremely Inefficient Weapon, 2008)


Esse filme tira onda com a linguagem de trailer de cinema, que tem aquela voz super dramática, e traz uma história absurda sobre um assassino que elimina sua vítima com golpes de colher. É pra você rolar de rir no chão do começo ao fim do filme. Realizado pelo Richard Gale, que é também a voz que narra o "trailer". Bom uso dos clichês e ótimo texto, divertido até dizer chega!

Nota: 10

228 - Os Famosos e os Duendes da Morte (2009)


Vou dizendo logo que não gostei do filme, mas acho que tem lá seus méritos. Tem mérito em conseguir retratar a adolescência como uma mistura de solidão e medo. O mistério que permeia o filme também é legal. Acho que não gostei de como as imagens falam pouca coisa ou somente aquilo mesmo que se vê. A sensação que podemos ter ou o que o filme parece propor acaba não sendo tão forte. Mas é um trabalho bem bonito.

Nota: 6,5

227 - This Side Up (2009)


Animação de Liron Topaz. Divertidos momentos em que um homem tem problemas para fazer download de uma música. O diretor é graduado na Ringling College or Art and Design e trabalha na equipe da Dreamworks.

Nota: 7,5

226 - Crumb (1994)


O documentário do diretor Terry Zwiggof (que mais tarde faria o filme "Ghost World", baseado na HQ de mesmo nome) enfoca nas relações que Robert Crumb mantém com sua família e amigos. Muito legal ver o próprio comentando sobre sua carreira e biografia de maneira despojada e falando mal dos hábitos americanos.

Nota: 9,0

225 - Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps, 2010)


Agora Shia LaBeouf faz o papel do jovem cujos olhos brilham à expectativa de ganhar um bom dinheiro. Mas ele parece bem menos ambicioso do que Charlie Sheen e mais apegado a valores como lealdade. O filme não funciona tão bem quanto o primeiro no sentido de passar uma mensagem ou simplesmente nos absolver, mas contina sendo legal. Oliver Stone escala mais uma vez Michael Doulgas como Gordon Gekko e também a bela Carey Mulligan, no outro lado do espectro, representando os bons valores.

Nota: 7,5

224 - Wall Street (1987)


O diretor Oliver Stone realiza seu conto de corrupção e ganância. Depois desse filme Michael Douglas passou a interpretar cada vez mais esses tipos inescrupulosos no cinema. O filme funciona muito bem com seu elenco, conseguimos acreditar num Charlie Sheen ainda com uma centelha de honestidade no corpo. Retrata os EUA numa época em que o individualismo e ganância financeira eram moda absoluta.

Nota: 8,5

223 - Uma Parisiense (Une Parisienne, 1957)


Uma maravilhosa comédia com BB. Aqui ela é a filha do presidente da França. Segue o estilo das boas comédias que Bardot estrelou nos anos 1950. Com o mesmo diretor de "Quer dançar comigo?", este é um bom exemplo de como Brigitte tinha boa desenvoltura para timing cômico e soava muito natural pois nunca parecia "querer atuar".

Nota: 8,5

222 - Longe Dela (Away from Her, 2006)


A talentosíssima Sarah Polley realiza seu primeiro longa e nos traz a história e um casal na terceira idade. A mulher, interpretada por Julie Christie, sofre de Alzheimer e é levada pelo marido a uma clínica. Logo, ela passa a não reconhecer o marido e desenvolve um afeto profundo por um companheiro de clínica. A partir daí a diretora lança seu olhar sobre culpa e o que significa a redenção no amor.

Nota: 8,0

221 - O Refúgio (Le Refuge, 2009)


François Ozon é um diretor bem sensível e sempre realiza essas pequenas peças delicadas como "O Refúgio". Filmes em que o aspecto humano é mostrado sem jugalmento algum. Leia também sobre o curioso "Ricky".

Nota: 9,0

220 - Trinta Anos Esta Noite (Le Feu Follet, 1963)


Um filme bem bonito do Louis Malle. Acompanhamos um dia na vida de Alain, que parece procurar nos amigos algum resquício do que significou sua vida. Ele encontra, no entanto, que seus amigos mudaram, agarrando-se a certezas ou conformismos.

Os momentos finais são o melhor do filme. Para destacar um defeito do filme, eu diria que há qualquer coisa de irreal no desespero do personagem, algo de superficial, que só acaba mesmo por funcionar quando posto junto da devastadora e maravilhosa trilha sonora.

Nota: 7,5

219 - Eu Sou o Amor (À coeur joie, 1967)


BB já na época que não curtia muito fazer filmes. Esse tenta explorar um pouco do tema "amor livre" e tem como cenário principal a Londer de 1967.

Acontece que a química absurdamente horrível do casal central (Brigitte Bardot e Laurent Terzieff) acaba por estragar um pouquinho o filme. Tudo aqui é regado a muita superficialidade.

Nota: 5,5

218 - O Pior Trabalho do Mundo (Get Him to the Greek, 2010)


Bom exemplo da nova comédia que se está fazendo. Jonah Hill tem crescido em suas aparições anteriores (Superbad, Funny People) e ganhou aqui o espaço de protagonista.

O filme tem ótimas piadas e potencial pra te fazer rir do começo ao fim. Destaque para Russel Brand interpretando um roqueiro inglês arrogante. Ele também atuou no filme "Forgetting Sarah Marshall", do mesmo diretor desse, o Nicholas Stoller.

Nota: 8,5

217 - Eu Matei Minha Mãe (J'ai Tué Ma Mère, 2009)


Filme escrito, dirigido e estrelado pelo jovem canadense Xavier Dolan, que foi consagrado no Festival de Cannes com três prêmios. A obra é muito boa e procura mostrar um tom bem realista de uma relação mãe/filho um tanto conturbada e muito mais comum do que se imagina.

Apesar de alguns momentos de monólogo do garoto, que a mim pareceram muito autoindulgentes de vez em quando, o filme cumpre lindamente o dever de tocar quem assiste.

Nota: 9,0

216 - A Lenda do Pianista do Mar (La Leggenda Del Pianista Sull'Oceano, 1998)


Tornatore nos traz uma fábula curiosa sobre um garoto abandonado num navio de cruzeiro, do qual nunca sai. Ele se torna pianista, um grande músico. A história é contada por um trompetista que o conheceu e o filme mantém um clima de mistério sempre renovado. Embora seja considerado um dos mais fracos do diretor, eu gostei bastante. Suas características mais condenáveis também estão lá, como o clima de novelão. Mas acho de verdade que na mão de Tornatore essas grandes fábulas acabam funcionando sem que fiquem exageradas demais.

Nota: 8,5

215 - Dolls (2002)


Filme do japonês Takeshi Kitano. Dividido em três partes, esta obra nos leva a fazer parte de uma atmosfera lenta e de partir o coração. Há uma beleza delineando tudo que acontece em "Dolls".

Impossível não se comover com a primeira história em que os personagens prendem-se a uma corda e vagam pelas ruas. O filme é entremeado por cenas do teatro de bonecos japoneses Bunraku.

Nota: 8,5

214 - Coincidências do Amor (The Switch, 2010)


Você passa o filme inteiro se perguntando: "Mas, cara, o que diabos aconteceu ao rosto da Jennifer Anniston?" Fiquei bem decepcionado. Confesso que esperava uma boa comédia, principamente por ter a participação do ator Jason Bateman. O destaque fica com o garotinho que é muito divertido com seu ar de enfado da vida.

Nota: 5,5

213 - Aquele Querido Mês de Agosto (2008)


Filme bem interessante em que atores amadores dramatizam suas próprias vidas. O diretor Miguel Gomes arranjou um jeito de realizar um documentário ficcional em que na maior parte do tempo não sabemos se atores estão atuando ou estão "fora do personagem", como é o caso da atriz principal. Num dado momento ela chora, e de alguma forma sentimos que ela chora porque foi mudada pela experiência de realizar o filme e não pelo que veio a acontecer à sua personagem.

Nota: 8,0

212 - Gente Grande (Grown Ups, 2010)


Comédia extremamente decepcionante de Adam Sandler, e olha que eu sempre dou um crédito a mais ao cara. Gosto de filmes como "Click" ou "50 First Dates". Mas aqui ele perdeu a mão de vez.

Com um elenco fantástico que já te faz querer rir só de ver o cartaz, esse filme não passa de uma imensa decepção com piadas fraquíssimas e que não consegue sequer fazer o que se propõe, que é passar uma mensagenzinha bonita e legal no final.

Nota: 5,0

211 - Onde Mora o Coração (Where the Heart Is, 2000)


Natalie Portman está fazendo um delicioso sotaque americano sulista nesse filme baseado no livro de Billie Letts, que foi best-seller. Filme bem bonitinho, trata das intermináveis reviravoltas da vida com bastante humor e delicadeza.

Nota: 8,0

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

210 - O Ano Passado em Marienbad (L'Année Dernière à Marienbad, 1961)


Esse filme é um dos expoentes do movimento Nouvelle Vague. Foi revolucionário na época pela sua narrativa desordenada, cortes de câmera inusitados, uso diferenciado da trilha sonora e também uso de tempos diferentes e flashbacks que dão um clima um tanto surrealista a obra.

Mas acontece que eu não sou muito fã dessa coisa de ficar só apreciando o mérito técnico de uma peça cinematográfica e para mim foi uma experiência não muito agradável.

Nota: 7,0

209 - O Urso e a Boneca (L'ours et La Poupée, 1970)


BB num momento super divertido. Ela adorou participar desse filme e nós adoramos vê-la se divertindo tanto assim. Só achei que a comédia, à la psicodelia sessentista, não foi assim tão engraçada.

Nota: 7,0

208 - Sunshine Cleaning (2008)


Amy Adams é uma atriz de carisma incandescente. Tudo que ela faz acaba por me agradar no final. Emily Blunt também não faz feio e as duas criam uma boa química de relação entre irmãs que tentam levar em frente um estranho negócio próprio.

Parece-me um desses filmes singelos que procuram focar nas batalhas do dia a dia para fazer com que a vida tenha algum sentido, mas sem botar muito peso no aspecto dramático.

Nota: 8,0

207 - Garota Fantástica (Whip It, 2009)


Não gostei muito da estreia de Drew Barrymore como diretora. Seja porque a história do filme não me interessa de maneira alguma, seja porque a comédia não sobressai e acaba soando bem bobinho. Ellen Page, no entanto, é uma atriz bem talentosa e consegue imprimir alguma graça no filme. Achei bem filmadinho embora quisesse que terminasse logo.

Nota: 7,0

206 - Sweet Movie (1974)


Dificilmente você assistirá em sua vida um filme tão estranho e subversivo quanto "Sweet Movie". Rodado em 1974, este filme possui ainda a capacidade de chocar um público que está mais ou menos acostumado a ver "qualquer coisa" no cinema. Com um leve discurso político aqui e ali o filme parece ser na verdade uma imensa celebração à liberdade.

Nota: 7,0

205 - Joni Mitchell - A Woman of Heart and Mind (2003)


Momento para se deliciar com a obra memorável de Joni Mitchell. O documentário acompanha a carreira da cantora desde sua cidade natal Fort Macleod, no Canadá, até meados de 2001. A própria artista vai narrando sua história. É um grande presente para os fãs, na verdade.

Nota: 9,0

terça-feira, 28 de setembro de 2010

204 - A Última Música (The Last Song, 2010)


Miley Cyrus desenrola bem esse papel de adolescente absolutamente insuportável que, mesmo assim, tem um grande desejo de salvar o ecossistema. Filminho ridículo em todos os aspectos mas que ainda consegue ser melhor que "Dear John", que foi baseado em livro do mesmo autor, o Nicholas Spark, uma verdadeira máquina de escrever contos debilóides para mulheres.

Nota: 4,5

203 - Amor à Distância (Going the Distance, 2010)


Bem divertido de assistir e, obviamente, nada original. Drew Barrymore está notavelmente velha para interpretar esse tipo de personagem. Filme tão fast-food quanto o sanduíche que você acabou de comer antes de entrar na sala de cinema. Fora isso, rola uma risadas.

Nota: 6,5

202 - Terrivelmente Feliz (Frygtelig lykkelig, 2008)


Filme dinamarquês que é quase um thriller policial, mas que se torna bem interessante por se passar em um lugar onde aparentemente nada acontece. O policial Robert chega ao pequeno vilarejo imaginando que lá ficará por um ano. Logo, as coisas começam a fugir de seu controle e o vilarejo revela esconder bem mais do que os olhos podem supor.

Recomendo fortemente esse filme do diretor Henrick Ruben Genz, que foi baseado num livro. O filme passa uma atmosfera palpável (sentimos toda a opressão e hostilidade desse vilarejo morto) e os toques de comédia bizarra elevam essa obra acima de qualquer classificação de gênero.

Nota: 9,0

201 - Diário De Um Banana (Diary Of a Wimpy Kid, 2010)


Adaptação muito legal para o cinema do livro ilustrado de Jeff Kiney. Não é padronizado como muitos filmes desse tipo costumam ser. Divertido, esperto e bem feito.

Nota: 9,0

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

200 - A Verdade (La Verité, 1960)


Esse é o filme preferido da própria BB, entre os que ela atuou. Sua personagem é uma prisioneira e o filme se passa numa corte onde ela é julgada. Os temas habituais dos filmes em que ela atua aparecem aqui, como a vontade de viver sem se restringir a condicionamentos sociais. Uma atuação bem convincente de BB. Interessante é notar que ela se identificou muito com o personagem, já que era constantemente julgada pelo seu comportamento.

Nota: 9,0

199 - Karate Kid (1984)


Clássico dos anos 80 bem agradável. A interpretação de Pat Morita, como o Senhor Miyagi, possui algo de muito satisfatório, é bem memorável. Ponto fraco para o final, que parece ser tão apressado. Falo das lutas. Parece não haver clímax suficiente na última batalha. Mesmo depois que ele machuca a perna e volta.

Nota: 8,0

terça-feira, 21 de setembro de 2010

198 - Kytice (2000)


São sete contos que fluem de maneira muito agradável. Essas fábulas são de origem Tcheca, escritas por Jaromír Erben, em 1853. As imagens são mesmo lindas, cuidadosamente fotografadas e prazerosas de se olhar. Vale muito a pena para entrar em contato com um pouco da tradição folclórica da República Tcheca.

Nota: 8,5

domingo, 19 de setembro de 2010

197 - Karate Kid (2010)


Esse Jaden Smith não me convence. Enquanto alguns críticos chamaram de mistura perfeita de "arrogância e fragilidade", acho que ele é apenas um moleque muito do chato.

Mas o filme não é tão mal. Tentam fazer um remake bem fiel, e achei que o Jackie Chan se saiu muito bem no papel, adicionando um ar mais soturno que faltava ao Senhor Miyagi.

Nota: 7,0

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

196 - Shalako (1968)


Filme péssimo. Tadinha da Brigitte aceitando roteiros sem ler a torto e esquerdo. Mais um exemplo de produção grande e inútil, com um ator altamente superestimado como o Sean Connery. Resumindo, é só esperar o filme terminar.

Nota: 3,0

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

195 - A Culpa dos Pais (I Bambini Ci Guardano, 1944)


Se não é considerado o primeiro filme neorealista italiano, é tido como um dos primeiros gestos mais contundentes nesse caminho. Trata-se do quinto filme de Vittorio De Sica. Menos conhecido do que a obra-prima devastadora "Ladrões de Bicicleta", porém com semelhante esmero e carga emotiva.

A criança do filme, interpretada pelo ator Luciano de Ambrosis, é fantástica. Grandes olhos desprotegidos que te vão partir o coração em diversos momentos do filme. O pequeno Prico ama os pais. A gente começa vendo um passeio delicado no parque e, de repente, Prico encontra a mãe conversando com um estranho. Cena muito bonita em que uma bolha de proteção parece ter subitamente estourado, aquele conhecido mundo cheio de conforto do garoto acabou de ser invadido por uma força desestabilizadora - que podemos entender simplesmente como a vida "acontecendo", cheia de desordem e caos. Um amante da mãe surge no seio da família.

A cena final é um dos momentos mais bonitos do cinema de que tenho lembrança. Dessas cenas que te acompanharão para sempre onde você for, que te coloca em contato com algo bem mais importante do que uma simples peça cinematográfica. Isso, para mim, eleva o valor artístico ao patamar que todos deviam visar na feitura de uma obra. Filme belíssimo.

Nota: 10

194 - E Brigitte Criou Bardot (Et Brigitte Créa Bardot, 2007)


Documentário em que a própria Brigitte Bardot conta sua história. Sabemos do sufoco que eram os paparazzi, dos casamentos e dos sucessos de bilheteria. Mas eu diria que vale mais mesmo para acompanharmos o que ela tem feito da vida desde que deixou o cinema, o que pretende com sua fundação de proteção aos animais.

Nota: 8,0

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

193 - Garota Levada (Cette Sacrée Gamine / Mademoiselle Pigalle, 1956)


Das comédias mais fracas que BB fez na década de 1950. Achei que foi particularmente pouco divertido. Mesmo que tenha os mesmos ingredientes de outros como "Desfolhando a Margarida" ou "Quer Dançar Comigo?", não foi legal como eles.

Nota: 6,0

192 - O Relojoeiro Cego (The Blind Watchmaker, 1987)


O biólogo e ateísta militante Richard Dawkins realiza um de seus primeiros documentários. Aqui ele procura explicar por que a teoria do "relojoeiro cejo" (que afirma que tudo que existe na natureza deve ter sido criado por uma mente racional) não é acurada. Muito legal.

Nota: 8,0

terça-feira, 7 de setembro de 2010

191 - O Repouso do Guerreiro (Le Repos Du Guerrier, 1962)


Filme baseado no livro homônimo. O diretor Roger Vadim põe Brigitte Bardot para desempenhar um papel dramático. O resultado fica legal. Ela está no auge da beleza e parece imprimir uma fragilidade bem verossímel ao persongam, possivelmente decorrente do turbilhão de tristezas que vivia na vida real.

É legal ver o personagem antes adepto à vida burguesa, regrada e sem questionamentos, abdicar de tudo por amor e se encontrar afundando, mas se interessando cada vez mais por essa sua rebeldia voluntária, como se a rebeldia por si só a pudesse conduzir a uma vida.

O livro de C. Rochefort é bem mais legal. Sei que é um lugar-comum dizer isso, mas é que a desintegração dos conceitos de moral da protagonista está representada de forma muito envolvente. Quando li, há muitos anos atrás, identificava Geniviève como alguém bem diferente de Brigitte. De fato são diferentes e acho que esse ingrediente acaba dando certo na tela.

Em Buzios, praia brasileira que ficou muito famosa depois da passagem de BB por lá, há uma pousada chamada "O Repouso do Guerreiro".

Nota: 8,5

190 - Mary (2005)


Abel Ferrara tenta, acredito, mostrar a influência da religião nas vidas de pessoas que lidam com ela em seus trabalhos. O que achei legal do filme foi mais a visão do que é e o que pode representar a religião, nesse caso a cristã, em nossas vidas.

Como ela pode ser transformadora para os lados positivos e negativos. Como ela pode ser repreensiva, fazer com que as pessoas se tornem intolerantes, e como ela também pode fazer com que as pessoas abram mão da vida que levam em busca de outra melhor. O ritmo do filme não ajuda muito e debates interessantes podem ficar meio soltos. Para mim os melhores momentos são os do programa de televisão, cujo apresentador é interpretado por Forest Whitaker. Marion Cotillard faz participação mínima e especialíssima.

Gosto também da cena em que o diretor do filme se tranca na sala de projeção, a fim de exibir seu filme a qualquer custo. Há o anúncio de que pode haver uma bomba na sala de projeção. Obviamente todos fogem. O diretor grita, "Como podem saber que estão certos?", nesse momento questionando a fé cristã.

Nota: 6,5

189 - A Culpa é do Fidel (La Faute à Fidel!, 2006)


Num lampejo de ira a empregada cubana resmunga que os comunistas são barbudos vermelhos que querem explodir o mundo, ao que a garotinha de nove anos Anna conclui: "A culpa é de Fidel". Este é o filme de Julie Gravas, filha do diretor politicamente engajado Costa-Gravas, que procura mostrar o que acontece a um filhinha de criação burguesa quando seus pais decidem que não vão se vender ao sistema, mas batalhar para promover o bem comum.

A atriz Nina Kervel tem uma atuação brilhante e faz desse filme adorável uma pérola imperdível. Com seu jeito por vezes mau humorado, inteligentíssimo e até esnobe, ela não aceita facilmente a bagunça na qual sua vida se transforma, com barbudos entrando e saindo do apartamento minúsculo. Suas antigas refeições deliciosas agora resumem-se a pratos de arroz e receitas camponesas.

O mais bonito do filme é o despertar de uma mente infantil, completamente egóica, para problemas que tem dimensão universal. Sua entrada sorrateira, com olhos curiosos, para a sala em que a mãe entrevista mulheres que contam suas histórias, numa época em que o aborto era ilegal na França; seu semblante carente de respostas ao fixar o olhar sobre Isabel, a tia que realizou um aborto. Tudo no filme parece ter sido feito com muito cuidado e sensibilidade.

A diretora se baseou no livro italiano de Domitilla Calamai, "Tutta Colpa Di Fidel", e fez um bonito trabalho. Pode-se fazer um paralelo com sua própria vida, crescendo na Paris dos anos 1970s com pais liberalistas. Não deixe de assistir!

Nota: 9,5

188 - Pão Nosso de Cada Dia (Unser täglich Brot, 2005)


Em "Our Daily Bread" a gente acompanha por uma hora e meia imagens dos bastidores da produção de alimentos. As fábricas e fazendas de alta tecnologia apresentadas estão na Europa.

Não há narrativa falada no filme, não se lançam comentários a respeito de modos de produção ou vegetarianismo. Isso é muito interessante. É apenas dizer "olhem". E você olha. Sentimo-nos um mero abajour no meio de uma sala de abate.

As imagens são por vezes incômodas ou tão cotidianas quanto se acordar pela manhã. Uma experiência cinematográfica muito válida que os documentários raramente podem oferecer.

Nota: 9,0

187 - O Natal dos Insetos (Rozhdestvo obitateley lesa, 1913)


Mais um filme de Wladyslaw Starewicz. Neste ele traz novamente o universo dos insetos ao seio da história. O Pai Natal está convidando todos os insetos a celebrarem a festa numa árvore de natal construída no meio da floresta. Técnica de stop motion. Filme realizado em 1913.

Nota: 8,5

186 - Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos (2010)


Zeca tem seus trinta anos, não consegue terminar seu romance (quase não consegue começar), é casado e vive da mesada do pai. Esse filme de Paulo Halm se concentra nessa vida não realizada, mas não lança nenhum julgamento moral sobre o protagonista. Acredito até que o filme quer se manter fora de qualquer coisa mais profunda, permanece uma comédia muito divertida com leves alçadas em temas mais existencialistas.

O pai, interpretado muito bem por Daniel Dantas, é o alicerce moral do filme, sempre tentando fazer com que o filho "acorde para a vida", faça algo dela. A fotografia do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, está muito bonita e o clima boêmio transparece nas andanças ociosas de Zeca. Entre momentos de humor escrachado e inúmeras citações, esse filme agrada mas não inova. Nem é a intenção, o título já é bem auto-explicativo.

Nota: 8,0

185 - O Jantar dos Malas (Le Dîner de Cons, 1998)


Excelente comédia da França. Empresários bem sucedidos promovem jantar semanal em que cada um deve levar o maior idiote que puder encontrar. O ator Jaques Villeret que interpreta "le con" François Pignon está hiláro.

Agora é só aguardar o remake norte-americano com o Steve Carrel, que já te garante uma risada só de imaginar como será o filme.

Nota: 8,5

domingo, 5 de setembro de 2010

184 - Nosso Lar (2010)


Filme indefensável. Não há uma qualidade sequer que o redima. O ator pincipal, Renato Prieto, é de uma ruindade constrangedora, com sua voz off, sua inexpressividade, seu tom monótono. Difícil de entender, quando você descobre que ele já tem uma carreira de 25 anos no teatro.

A pieguice e breguice da coisa toda faz você dormir e acordar várias vezes durante o filme. Estou no cinema? Estou no "nosso lar"? Que vida é essa? Eu reencarnei num mundo em que o cinema é a mais nova técnica de tortura?

A única personagem que parece ser levemente verdaderia é a garota que chega lá questionando tudo. Todos dizem que suas perguntas serão devidamente respondidas na hora certa. Ela não se conforma. Quer fazer algo, quer tomar o rumo de sua vida nas próprias mãos, ora! Eis que ela foge e se ferra nas florestas do nosso lar. Volta toda arrebentada e diz que de agora em diante vai obedecer aos conselhos que recebe. Mas que diabos de lição é essa?

E aí você descobre que lá tem que trabalhar, para ganhar bônus-horas, para poder viajar à terra, para poder conseguir uma casa. E não só isso. Tem política. Tem política depois da morte! Você tem que falar com ministros e auxiliadores. E tudo que se come é sopa. Bem, é claro que tudo isso poderia ser perdoado se o filme nos impressionasse com sua temática, se nos atingisse, ou nos fizesse refletir. Mas não. Você não reflete. O carinha no filme grita ao outro, "O mundo precisa de histórias bonitas!", numa frase vazia que se perde no ar como fumaça.

O filme não tem mensagem alguma (exceto a intenção de convertê-lo ao espiritismo). Zero. No final tem um momento novelão das seis de família feliz. O que está acontecendo? E você finalmente sai da sessão rezando... rezando pra que depois de morrer você não vá pra um lugar tão aloprado quanto o "nosso lar".

Nota: 1,0

sábado, 4 de setembro de 2010

183 - As Petroleiras (Les Pétroleuses, 1971)


Filme de Christian-Jacque. Uma comédia sofrível e penosa. Fiquei o tempo todo querendo que o filme acabasse. Uma pena dizer isso já que sou fanzaço de BB. Claudia Cardinale está em muito boa forma e BB, ao que me parece, em todos os filmes do começo da década de 70 simplesmente não liga mais para o que está fazendo. Aceitava propostas sem ler os roteiros, não se comprometia muito com os filmes, pois parecia se decepcionar toda vez que descobria sobre o que o filme se tratava.

E como não se decepcionar? Este filme é uma tentativa de comédia Spaghetti Western que tem muito poucos bons momentos. Destaco entre estes o número musical de Claudia Cardinale. Os momentos cômicos ficam entre o ingênuo e o puramente sem graça. Assista de você é um die hard fan de Bardot.

Nota: 5,5

182 - Desfolhando a Margarida (En Effeuillant La Marguerite, 1956)


Filme de 1956. Brigitte é uma autora iniciante. Ela parte para Paris em busca de solidificar sua carreira. Mas de repente encontra devendo um bocado de dinheiro. Sabe como ela decide resolver essa bronca? Entrando num concurso de striptease.

Comédia divertidíssima do diretor Marc Allégret. BB com cara de menina e muito folgosa. Essas comédias que ela realizou entre 55 e 59 são jóias raras. Conhecendo um pouco de sua biografia a gente sabe que ela foi perdendo o gosto pelos filmes ao longo do tempo, mas estes agora mencionado como "Desfolhando a Margarida" retratam um período em que os olhos dela ainda brilhavam com o fato de ser uma estrela de cinema.

Nota: 8,5

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails