quarta-feira, 30 de junho de 2010

72 - The Runaways (2010)


Quem era Dakota Fanning? A menininha linda que falava com um porquinho, que atuou tão bem ao lado de Sean Penn, a voz de Coraline... Ela cresceu. Acontece assim mesmo de uma hora para a outra.

Em "The Runaways", ela interpreta Cherie, vocalista da extinta banda dos anos 70 formada só por mulheres. Por sinal a primeira banda de rock formada exclusivamente por mulheres.

Dakota é acompanhada por Kristen Stewart. Muita gente tem preconceito com a Kristen porque ela é a estrela da saga Crepúsculo, mas isso é uma grande besteira, não acham? A menina é muito boa. As duas são ótimas, mas o destaque fica com Dakota que está aí crescendo e a fim de papéis mais desafiadores.

O filme é uma biografia retinha, nada ousada, serve apenas para você conhecer a história dessa banda, que, por sinal, também não tem nada demais em si. Quem imaginaria que viraria argumento para filme... mas hoje em dia tudo vira, não é mesmo? Enfim, aplausos para Dakota Fanning que continua linda e parece que para ela o céu é o limite. Vamos aguardar mais surpresas dessa atriz.

Nota: 7,0

terça-feira, 29 de junho de 2010

71 - Acampamento de Jesus (Jesus Camp, 2006)


Um exemplo da loucura evangélica que acontece nos EUA todos os dias. O documentário mostra como crianças são catequizadas desde cedo para acreditar que fazem parte da religião escolhida e que todo o resto do mundo são moradores potenciais do inferno.

O que é ensino religioso e o que é lavagem cerebral? As crianças no acampamento de Jesus me dão a impressão de estarem o tempo todo tentando agradar aos seus pais, mostrando uma fé descomunal, imbatível. Os perigos da religião fundamentalista já foram abordados em diversos documentários. O mais interessante desse é saber que isso é feito de maneira sistemática com crianças e ter a dimensão do quanto elas são impressionáveis e incapazes de pensar por si mesmas (são crianças, ora!).

No fim das contas, todo o movimento acaba escalando para o ensino de como votar em políticos de direita conservadora como George Bush, e sobre como a guerra é boa para unificar um país cristão, um pobre país que está sucumbindo ante o bombardeio de produtos culturais tais como Harry Potter e de religiões como o Islamismo.

Ótimo documentário para instigar mais o combate ao fundamentalismo nas religiões. E quero ver se você termina esse filme sem a vontade de encher de tapas a pastora Becky Fisher.

Atenção especial ao ridículo rap cristão e ao momento em que as crianças começam a falar em línguas ininteligíveis porque, afinal de contas, estão falando com Jesus.

Nota: 9,0

sexta-feira, 25 de junho de 2010

70 - E Deus Criou a Mulher (Et Dieu... créa la femme, 1956)


Engraçado pensar no escândalo que esse filme causou na sociedade debilóide dos EUA dos anos 50. Assistir hoje a "E Deus criou a mulher" é ver um filme até bastante comportado, na verdade, milimetricamente comportado.

A grande sacada do filme é apresentar Brigitte Bardot como uma mulher desejante. De tudo, de vida, diversão e paixões. Foi justamente aí que o bichou pegou anos atrás. Como pode uma mulher ser apresentada dessa forma no cinema. Ah, vão tomar banho! O que mais gostei desse filme é que todos os homens são uns patetas. A estória é tão boba, que você pode jogar a trama como sendo o papel dos homens no filme, fazendo negócios, pensando em negócios e em como ganhar a vida. Como já disse, uns patetas.

Bardot não é nenhuma atriz, mas tem mais do que o bastante para iluminar a tela com seu jeito delicado, debochado e caloroso. A questão legal do filme é: qual o papel da mulher num mundo de homens? Objeto de desejo como sempre é mostrada em noventa e cinco por cento dos filmes que são feitos, aqui também Bardot acaba mais como um prêmio de seu comportado e bem intecionado marido, que no final a leva de volta para casa. Mas é mais interessante pensar que ela continou infeliz e o deixou anos depois.

Nota: 8,5

quarta-feira, 23 de junho de 2010

69 - Romance X (1999)


Defenderei este filme de Catherine Breillat contra todos. Romance X não é filme erótico, muito pelo contrário. Algo como um ensaio do que é desejo para uma mulher e, como o filme mostra muito bem para quem quiser ver, não é de forma alguma o ato físico. A protagonista sofre porque seu parceiro perdeu o desejo por ela, o desejo de possuí-la. Ela deixou de ser desejada, o que resume bastante o que o filme poderia nos passar. Mas chega de dizer a palavra "desejo".

As cenas explícitas servem justamente para distanciar uma coisa da outra, para parecer que há algo errado aos olhos de quem assiste. Li comentários imbecis de gente reclamando que o filme é brochante, que nunca o erotismo foi tão sonolento... Imagino que esses idiotas esperavam algo para assistir escondidos de suas mãezinhas em vez de um filme autoral, com proposta estética bem definida.

Vale a pena para considerar inúmeros aspectos sobre a feitura cinematográfica e sobre nossas vidas de casal e amantes. Mas, por favor, não perca tempo se você se constrange facilmente ou se é um pateta que ainda aguarda ansioso as noites de cine privé.

Nota: 8,5

terça-feira, 22 de junho de 2010

68 - Barba Azul (Barbe Bleue, 2009)


Um momento para elogiar a diretora francesa Catherine Breillat. Seus filmes parecem não fazer concessões com nada, há só a integridade com a qual se apresenta a obra. Com imagens, enquadramentos majestosos o filme podia ser visto até no mudo (posto que você conhece o conto do Barba Azul).

As duas irmãs, as pequenas, que estão a ler o livro brilham com sua curiosidade, fascínio, e principalmente a mais nova com seu atrevimento. A cena que paga todo o filme é a entrada no quarto secreto do Barba Azul.

Breillat é muito interessada em sexualidade feminina e acho maravilhoso como ela aborda o tema de maneira desinibida, sem precisar fazer grande caso do que fala. E são idiotas os que apontarem justamente isso como defeito em seus filmes. Barba Azul é uma surpresa encantadora e potente.

Nota: 9,0

67 - Strange Impersonation (1946)


Que legal a época em que os clichês eram apenas truques espertos de câmera e de narrativa, hein? Este filme de Anthony Mann cumpre legal aquela coisa de mistério noir, mas não é lá grandes coisas. Mais legal do filme é tentar identificar elementos da década de quarenta e observar detalhes curiosíssimos como o médico oferecendo cigarro à sua paciente. Impagável!

Nota: 6,5

segunda-feira, 21 de junho de 2010

66 - Grandes Esperanças (Great Expectations, 1946)


Não tem muito erro quando se trata de Charles Dickens. Este filme do diretor David Lean (que já levou outros livros de Dickens à telona) trata o romance "Great Expectations" com belas imagens. Uma abertura impactante, no cemitério, é de tirar o fôlego. O jovem Pip saindo furtivamente de casa com o brandy e torta na mão também é um admirável momento cinematográfico. Gostei de como a sensação de peso na consciência de uma criança é trasmitida.

Por muitos considerada a melhor adaptação para cinema já feita de um livro de Dickens, este filme é certeza de bons momentos. A personagem de Estella, quando criança, interpretada por Jean Simmons é ótima. Dessas figuras femininas tais como Scarlett O'Hara que é impossível não adorar.

Nota: 9,0

domingo, 20 de junho de 2010

65 - 8 Vezes De Pé (8 Fois Debout, 2009)


Se já existe um gênero chamado "Filme indie", aqui está um de seus filhos. Tinha gostado da estória quando li o release do filme. Mas a superficialidade com a qual tudo é tratado deixa muito a desejar. A gente sai da sessão com uma sensação de esvaziamento (no mal sentido). Não achei os personagens particularmente carismáticos. Os pontos legais são as artes gráficas no começo e final do filme.

Nota: 5,0

sábado, 19 de junho de 2010

64 - A Vida Secreta das Palavras (La vida secreta de las palabras, 2005)


Um filme muito bonito com poesia jorrando pela tela. Acho importante parar um momento para entender o diretor/diretora de um filme, e sua intenção na realização da obra. Nesse caso, a espanhola Isabel Coixet. Por vezes nos antecipamos em julgar, acreditar que já sabemos do que tudo se trata (eu mesmo sou muito culpado disso). Digo-o porque descartei sem nada hesitar o filme da mesma diretora, "Mapa dos Sons de Tóquio". E ainda o acho um tanto raso, mas talvez eu tenha procurado observações para julgá-lo que não cabiam no momento.

A voz da diretora está nesses dois filmes que vi recentemente. Mas está bem mais presente em "A Vida secreta das Palavras". Um conto de solidão e silêncio que tem como cenário um estaleiro no meio do oceano. A atriz Sarah Polley que também atuou em outro filme da diretora, o ainda melhor "Minha vida sem mim", está mais uma vez muito bem. As imagens de Isabel geralmente me passam uma sensação de gentileza extrema. Passei a admirar essa diretora com o conjunto dos três filmes que vi.

Os lugares alheios à maioria de nós, quase como redutos de gente perdida, dão o tom do que são os filmes da diretora. Ah, e os lugares atuam bem demais! Separe algum tempo para conhecer o trabalho de Isabel Coixet. Filmes para quando queremos ser ainda menores do que uma pedrinha na praia.

Nota: 9,0

63 - Joshua - O Filho do Mal (Joshua, 2007)


O rosto propositalmente inexpressivo do garoto desse filme não significa necessariamente que ele seja assustador. A atuação de Jacob Kogan distrai um pouco por ser tão repetitiva. A gente também tem a impressão que Vera Farmiga sumiu no meio do filme e ninguém sabe o que aconteceu com ela (talvez porque você já está dormindo de tão desinteressado).

Não há nada realmente que chame atenção aqui. Todas as ideias parecem perder o fôlego no mesmo momento em que são apresentadas.

Nota: 5,0

sexta-feira, 18 de junho de 2010

62 - O Colecionador (The Collector, 1965)


Adaptação do livro homônimo de John Fowles (à época do lançamento do filme um bestseller), a película oferece um olhar interessante no âmbito do suspense. Sem exageros e obviedades, o filme se segura muito bem até o final. A empatia com a garota em cativeiro é mais rápida do que no livro, imagino que o diretor não quis levar a Miranda manipuladora, arrogante e reclamona para a tela grande. Vale a pena. Mas leia o livro, é diversão garantida.

Nota: 8,5

61 - Lunar (Moon, 2009)


Para mim, os pontos fortes desse filme são o cenário, um espaço impessoal, tão indiferente e a atuação de Sam Rockwell que consegue passar uma fragilidade paupável. A propósito, tenho notado esse traço em Sam e gosto em geral do trabalho dele.

Sobre as referências a "2001" não sei o que pensar, não acho que gostei muito. O filme não é longo, nem curto, nem muito bom, nem muito ruim. Como obra acho que as possibilidades poderiam ter sido melhor aproveitadas. Quando entendemos o que se passa (a gente descobre lá pelos quarenta minutos tudo, e tudo ocorre mais ou menos como tínhamos imaginado mesmo), o filme vai se levando até o final sem deixar saudade quando acaba.

Nota: 6,5

quinta-feira, 17 de junho de 2010

60 - O Amor Está no Ar (Ma Vie en L'air, 2005)


Filminho bem agradável, mas lento e com umas piadas um tanto óbvias. As cenas na cabine de simulação de vôo são tão repetitivas, que a gente tem vontade de ir checar o email toda vez que aparecem. Destaque para Marion Cotillard, estamos para ver alguma atuação dela que simplesmente não transborda pela tela. Mas o maior destaque fica com a canção tema do filme "Ma vie en l'air", de Jeanne Cherhal.

Nota: 6,0

59 - O Dia da Saia (La Journée de la Jupe, 2008)


Horrível, numa palavra e "Muito ruim", em duas. Momentos de comédia constrangedores e abordagem superficial de xenofobia na França.

Nota: 3,0

quarta-feira, 16 de junho de 2010

58 - Talking Heads (Gadajace Glowy, 1980)


Kieslowski filmou várias pessoas de diversas idades respondendo às questões: "quantos anos você tem?", "quem é você?" e "o que deseja?". O resultado? Um filme memorável e terno.

Nota: 9,0

terça-feira, 15 de junho de 2010

57 - Cartas para Julieta (Letters to Juliet, 2010)


Filme muito ruim com uma estória estúpida. Pensar que as mulheres pediriam conselhos amorosos para alguém como Julieta é de ficar pasmo. Bom, é real love... they say. Momento extra ruim para aquele patético novo galã cujo nome sequer irei tentar descobrir pela internet. Péssimo. Pena da Amanda Seyfried que é fantástica e tem que carregar toda bomba nas costas.

Nota: 3,0

56 - Lolita (1997)


Ao contrário do filme de Kubrick, aqui a Lolita parece mesmo ter seus 12 anos e, em minha opinião, o trabalho de Dominique Swain passou muito mais do que essa estória realmente significa. Claro que há a diferença de épocas em que as duas versões foram feitas (a primeira em 1962 e, portanto, bem mais pudica).

O ótimo filme de Kubrick parecia explorar uma outra dimensão desse romance, talvez mais cômica, menos óbvia (não é um dos melhores momentos de Peter Sellers, ator e comediante que merece sempre toda a nossa atenção). A versão de Adrian Lyne parece mais interessada em traduzir na imagem mais ao pé da letra o que foi o romance de Nabokov.

A fidelidade a uma obra literária é por vezes criticada no cinema, como se não houvesse nenhuma criação particularmente original na obra feita. Pode ser o caso aqui, dependendo de como se olha. Eu gostei bastante e recomendo. Os protagonistas são mais "reais", o deboche de Lolita é mais paupável e envolvente.

Nota: 8,5

domingo, 13 de junho de 2010

55 - O Golpista do Ano (I Love You Phillip Morris, 2009)


Jim Carrey é muito legal, muito mesmo. Não tenho nada a dizer contra ele. Mas o filme não agradou nem um pouco. Faltou até uma mera comédia física gratuita que salvasse o produto final. Os atores Jim Carrey e Ewan McGregor estão muito bem, mas parece que todo o resto definha numa sensação de "Sim, eu estou vendo isso por que, mesmo?".

A atuação de Rodrigo Santoro é uma reticência tão esquecível quanto o próprio filme.

Nota: 4,0

sábado, 5 de junho de 2010

54 – Leap Year (2010)


Os competentes atores Amy Adams e Matthew Goode impedem que o filme se perca no meio de um monte de trevos de quatro folhas. Um filme absolutamente previsível que cumpre a risca cada regra já bem conhecida do formato comédia romântica.

A trilha de folk irlândes incessante enjoa um pouquinho e parece que a gente está assistindo a uma versão romântica de O Infiltrado. Seja como for, você ainda pode se divertir um pouquinho se não repudiar completamente o gênero. O carisma da Amy Adams está presente mais uma vez em mais um filminho leve. Acho que está na hora dela partir para outros ares.

Nota: 5,0

53 – Kick-Ass – Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010)


O que acontece quando se cruza a Liga da Justiça com American Pie com Kill Bill? Acontece o novo filme: Kick Ass.

Um pouco melhor do que os recentes e irritantes filmes de paródia de heróis, Kick Ass não deixa de decepcionar no quadro geral. Muito longo, pouco engraçado. Aliás, toda tentativa de humor aqui se estatela num muro de clichês adolescentes como se o diretor estivesse muito preocupado em não perder a atenção de seu público alvo: os adolescentes, tentando oferecer uma alta dosagem de comédia loser com violência.

A premissa, na verdade, é ótima. Um teen que não aguenta mais viver numa sociedade em que ninguém ajuda o outro quando numa situação de assalto ou algo pior. Daí ele decide se tornar um super-herói porque, afinal de contas, quem nunca pensou em ser herói e sair acabando com os bandidões. Tudo de bom acaba aí pois estamos vendo um summer movie em potencial (e para que mexer numa fórmula que dá certo, certo?)

Algumas poucas cenas legais de ação impedem o filme de ser um saco total. Destaque para a garota Chloe Moretz (que traz um interessante ingrediente como uma menina de 11 anos que trucida traficantes de drogas) e para o protagonista Aaron Johnson que também estrelou em Nowhere Boy e agora aparece com um sotaque americano irretocável. Ah, e o Nicolas Cage? É oficial. Depois de Adaptação, não assista mais nenhum filme com ele.

Nota: 4,0

52 – I Am So Proud of You (2009)


I am so proud of you é na realidade o segundo segmento de uma trilogia animada criada pelo americano Don Hertzfeldt. O primeiro curta se chama Everything will be ok (premiado pelo Juri no festival de Sundance, em 2007) e traz o personagem de Bill, um everyday joe acometido de uma disfunção mental. O segundo, traz o mesmo Bill às voltas com lembranças e percepções mundanas que vão um pouco mais fundo do que o texto sugere.

A técnica de Hertzfeldt é caprichada e evita propositadamente o uso de computadores. Assim, a mistura de traços feitos à mão (os personagens são envolventes stick figures), com vídeos, e outros malabarismos visuais, encanta o público.

A temática dos filmes contempla a mortalidade de maneira crua, mas ainda assim poética. Filme esplendoroso que merece toda atenção e respeito.

Nota: 10

quinta-feira, 3 de junho de 2010

51 – Map of the Sounds of Tokyo (2009)


Filme agradável, mas o título não aparece muito no filme. Como assim? Essa relação com sons ficou muito bobinha, o velhinho que grava os sons… A cidade de Tóquio é uma personagem central (que clichê) e a vida dos outros personagens não chegam a nos interessar muito de começo.

O filme começa a tomar mais fôlego no meio, mas não decola. Faltou mais profundidade à garota japonesa. Ficou um bocado de coisas pela metade ou faltando a maior parte mesmo. Como disse, um filminho agradável, mas que não te deixa muito depois do stop, não muito além de uma vontade já há tempos enraizada de conhecer Tóquio.

Nota: 6,5

50 – O Equilibrista (Man On Wire, 2008)


Esqueça o filme. Pense no que Phillipe Petit fez. Não é exagero algum dizer que todo mundo devia parar por um minuto todos os dias para pensar no que ele fez. Não consigo acreditar até agora. Não sei como ele consegue viver sabendo que realizou este feito. Não sei como isso é possível, sei apenas que é belo, muito belo e inspirador.

Assista a esse documentário desprendido da linguagem cinema porque isso é o de menos aqui. Importa a história que Petit e seus amigos (e sócios na empreitada) tem para contar. Importa aquele acontecimento em 74, o equilibrista entre as torres do World Trade Center que foi de um lado ao outro 8 vezes, deitou-se no cabo, levantou-se e riu dos policiais e riu-se de todos. Importa o que representa a vida quando algo assim é atingido. Eu quero conversar com Phillipe Petit e ponto.

A nota abaixo é para um documentário muito do legal sobre um acontecimento sem paralelos.

Nota: 9,0

49 – Uma Mãe em Apuros (Motherhood, 2009)


Uma coisa de mãe atarefada super sem graça, com seus problemas e parando para falar com estranhos na rua para desabafar. Uma Thurman sempre me pareceu uma atriz sem graça e não foi dessa vez que ela me fez mudar de opinião.

Nada acontece demais até o final, nada que faça o seu interesse pelo filme aumentar. Uma conclusão esperada e pouco poética. Ruim.

Nota: 4,5

48 – Confissões de Uma Garota de Programa (The Girlfriend Experience, 2009)


Sasha Grey é uma atriz da indústria pornográfica e estrela esse filme de Steven Soderbergh como uma prostitua de Manhattan. Sua atuação não chega a ser brilhante, mas achei muito legal a indiferença no olhar, a emoção quase inexistente mesmo quando fala de algo em que parece estar muito interessada.

A falta de emoção, a propósito, permeia a tudo no filme e não acho que seja um ponto fraco. Mais um bom e bem realizado filme de Soderbergh, para o lado experimental e low-budget. É desses filmes de impressões, a gente fica mais com impressões do que acontece do que qualquer outra coisa.

Nota: 9,0

47 – Onde Os Fracos Não Tem Vez (No Country For Old Men, 2007)


Não é o meu preferido dos irmãos Coen nem de longe, e partilho da opinião que o oscar de melhor filme se deve mais a uma dívida com eles do que o mérito do filme. O oscar tem muito disso, né, normal. Enfim, quem liga para aquela porcaria de Oscar?

Dito isso, este filme é massa! A fotografia do deserto passa bem essa ideia de terra dura onde os fracos não sobrevivem. Não vi tanta graça no assassino com motivações morais. O que achei legal no filme foi o que pra mim é uma característica em todos os filmes dos irmãos: alguma ação impensada realizada por alguém, que toma proporções grandes, geralmente para acabar em algo irrelevante onde nenhum dos lados leva nada.

Tem uns 5 filmes dos Coen na frente desse para mim, mas esse não deixa de ser ótimo também.

Nota: 8,5

46 – Zodíaco (Zodiac, 2007)


Filme sobre a obsessão de um cartunista de descobrir quem é o serial killer que se auto denomina de “O Zodíaco”. Achei legal como a ação aqui não parece importar muito, mas antes o que acontece com as pessoas quando estão com uma ideia fixa na cabeça.

O desenrolar das investigações, as labirínticas pistas e anagramas não chegam a ser confusas e nos deixam sempre curiosos. Ótima direção de arte a respeito do passar dos anos 60, 70, 80 e até 90. Nunca me canso de ficar impressionado com a qualidade desses trabalhos. A trilha sonora também vai te levar a todas essas décadas. Ah, e Robert Downey Jr. só tem uma maneira de atuar mesmo, não é?

Filme de David Fincher (Clube da Luta) com ótima presença de Mark Ruffalo.

Nota: 8,5

45 – Estamos Todos Bem (Stanno Tutti Bene, 1990)


Este filme de Giuseppe Tornatore é fantástico. Seja pela atuação calorosa e carismática dada por Mastroianni, seja pela delicadeza com a qual o tema é abordado, o filme vale muito a pena. A princípio vemos um pai muito empolgado em ir visitar seus filhos que vivem espalhados pela Itália. Esse siciliano sai distribuindo sorrisos e conversas com quem encontra, divulgando os sucessos de cada um de seus filhos. Mas não é bem assim que as coisas são na realidade.

Atenção para a linguagem simbólica. Prazer garantido para quem gosta de um olhar agridoce sobre essa existência que parece tão aleatória e irrelevante quando examinada de perto.

Não é necessário o comentário, mas este é bem superior do que a versão americana e mais bobinha já comentada aqui no blog.

Nota: 10

44 – Garota Infernal (Jennifer’s Body, 2009)


O toque de humor serve muito bem a esse filme, entra para a nova (?) categoria de filmes chamados de Terrir. Ou, para ficar mais simples, bons e velhos filmes de humor negro. Terceiro filme de Amanda Seyfried a aparecer por aqui no blog e ela se sai muito bem. Muito se falou do quanto Megan Fox é uma atriz medíocre. Mas… Vou defendê-la. Acho que ela fica muito bem de mulher demônio e passa um ar de “don’t give a fuck” bem verossímel. Ah, mas não há discussão, Amanda rouba a cena dormindo.

Bom pra umas risadas. Roteiro de Diablo Cody, você percebe com algumas piadinhas à la Juno (não necessariamente legais, aliás, aquela Juno é um saco) salpicadas durante o filme.

Nota: 5,5

43 – Terra Perdida (Land of the Lost, 2009)


Decepção com esse filme. Will Farrel é muito legal, sério mesmo. Mas aqui algo dá muito errado. Com uma trama que tem tudo para dar certo (não é ironia!), com viagens no tempo, dinossauros e seres de outro planeta, o filme não consegue exatamente alçar vôo e ficam uma piadas ótimas perdidas no meio de um monte de minutos chatos.

O clima surrealista não funciona tão bem quanto poderia. Fãs de boa comédia como eu irão se decepcionar.

Nota: 4,5

42 – Não Se Preocupe, Estou Bem! (Je Vais Bien, Ne T’en Fais Pas, 2006)


O ator francês Kad Merad é o grande destaque desse drama simples, modesto e humano. Como pai de Lili, faz uma ótima atuação. O começo do filme, até lá pelos vinte e cinco minutos, deixa muito a desejar. Muitos cortes, muita estória desinteressante pra pouco tempo. Mas depois que Lili sai do hospital a coisa melhora.

Filme que lançou Mélanie Laurent (e também lhe gerou um prêmio Cesar de revelação), que mais tarde estaria em Inglourius Basterds. Enfim, vale a pena.

Nota: 8,5

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